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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Linea LX, um sedã sem maquiagem


Quem procura um carro compacto e de baixo custo fatalmente visitará uma concessionária Fiat. Mas a história é um pouco diferente quando o assunto é sedã médio. Por mais que a marca italiana tenha experiência no segmento - Tempra e Marea contam essa historia, ainda que por linhas tortas -, Honda e Toyota com a dupla Civic-Corolla ainda têm larga vantagem no ramo, não só em vendas como também em procura. Ainda assim, a fabricante com base em Betim (MG) quer aparecer no segmento apostando alto no Linea.

Lançado em 2008, o sedã inicialmente vinha equipado com o motor 1.85 litros (por pouco não era 1.9), tinha preços mais altos, mas não teve a aceitação esperada. Uma das soluções foi a introdução da versão LX, mais em conta, que melhorou pouco a situação. Eis que o Linea aderiu ao motor novo 1.8 16V da família E.torQ, de funcionamento mais suave e silencioso em relação ao anterior, que fazia barulho demais e respondia de menos: sua força ideal aparecia somente em giros altos. Quem comprou um dos modelos da primeira série não deve ter gostado nada de ver seu carro com um motor melhor apenas dois anos depois... Agora paciência.

Com todo esse estigma em mãos partimos para a avaliação do novo Linea na versão 1.8 LX Dualogic, modelo que os vendedores da Fiat gostam de chamar de "automático de entrada da série", embora seu câmbio seja apenas automatizado, o que é bem diferente. Custa R$ 58.900, mas pode alcançar R$ 66.248 se for equipado com todos os itens opcionais, como bancos revestidos de couro e freios ABS. Será que desta vez a Fiat acertou a mão?

Convivendo com o novo Linea

Ao menos para o motorista, a vida a bordo do Linea 1.8 LX Dualogic é boa. Não é preciso passar as marchas, embora o carro as demonstre com os trancos (eles estão mais discretos mas não acabaram...), o ar-condicionado ameniza o calor rapidamente (ou o frio, se for o caso) e a posição de dirigir é privilegiada. Entretanto, quem viaja no banco traseiro não conseguirá mexer muito bem as pernas, ainda mais se os ocupantes da primeira fila foram altos. Mas não chega a ser um martírio ergonômico.

Ruim mesmo são os apitos de aviso sobre “manobra não consentida”, que alertam o motorista quando o câmbio Dualogic é manuseado da maneira errada Foram reduzidos, mas poderiam deixar de existir. Os carros da linha I-Motion da Volkswagen também avisam o condutor, mas nunca com alertas sonoros. Eles simplesmente não executam a tarefa requisitada. A Fiat, talvez, poderia pensar em algo assim a ruídos incômodos.

Em contrapartida, o novo motor 1.8 deixou o Linea mais esperto. Ao todo, o bloco gera 132 cv (a mesma potência do primeiro Linea 1.85) e 18,9 kgfm de torque, bons números para um motor desse tamanho. Mas o consumo varia bastante de acordo com o combustível. Com etanol no tanque (de 60 litros), o computador de bordo do painel acusou médias de consumo de até 9 km/l, número que subiu para 14 km/l quando o carro passou a rodar somente com gasolina.

A versão avaliada pelo iG Carros também veio equipada com o opcional Blue&Me Nav (R$ 2.331), recurso que literalmente conecta o motorista ao carro. Por meio de botões no volante é possível controlar o rádio ou atender o celular. Recebeu uma mensagem? O Linea com sua voz feminina lê ela para você. Porém, por mais que seja útil, o navegador GPS integrado ao painel de instrumentos não de dispõe de uma tela com um mapa mostrando o caminho. Em vez disso, o sistema vai dando instruções ao condutor. Quem sabe a próxima geração do sistema ganhe um monitor.

Vou de sedã Fiat mesmo?

Como todo sedã que se preze, o Linea tem amplo espaço no porta-malas. Segundo a Fiat, o compartimento comporta 500 litros. É um dos maiores bagageiros da categoria. Os lideres Corolla (a partir de R$ 62.110) e Civic (R$ 68.160), por exemplo, levam 470 l e 340 l, respectivamente. Os preços do modelo feito em Betim também são mais convidativos, embora isso reflita na qualidade de diferentes aspectos, desde o prazer de condução a procedência do plástico usado na confecção do painel.

Em suma, o Linea não nasceu para concorrer com a dupla japonesa. Por ser derivado do Punto, que não é um carro médio, o sedã da Fiat é um rival a altura de modelos como o Honda City, Volkswagen Polo Sedan e o Kia Cerato, três carros montados em plataformas de veículos compactos. Aí sim a briga se torna justa.

No caso, o Linea, desde que seja na versão LX, é uma opção interessante para quem busca um carro com mais espaço para carga e até certo ponto superior em desempenho ao trio City-Polo-Cerato. Agora se a escolha for pelas versões HLX (R$ 61.630) e Absolute (97.570) do sedã Fiat, então é melhor voltar para uma loja da Honda ou Toyota.
Fonte: iGCarros

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