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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Freemont faz bonito entre os crossovers


Não é um fenômeno que acontece com freqüência, mas a adoção entre as montadoras existe. No entanto, nem sempre ela “gera um filho” saudável. Quem não se lembra do Jaguar X-Type, um Mondeo disfarçado? Ou do Volkswagen Pointer, um Escort meio alemão, meio americano? E até abortos já vimos: o Trazo C.18, um “Chrysler” que nada mais era que um Nissan Tiida adaptado às pressas, mas que não chegou ao mercado.


Pois a mesma Chrysler compartilhou um dos seus melhores produtos para permitir que a Fiat, sua dona, pudesse dar a luz a um crossover, tipo de veículo que os italianos ainda não conseguiram conceber.


O Freemont é esse filho que qualquer visitante de uma concessionária perceberá logo de cara que não tem o DNA da Fiat em seu sangue. Produzido na mesma linha de montagem do Dodge Journey, no México, o Freemont, embora adotivo, teve regalias que nem o autêntico Chrysler possui. Estreou o novo interior desenvolvido pela montadora americana e as pequenas mudanças visuais do crossover.


E isso faz dele um carro ruim? Não, pelo contrário. A Fiat tem lutado para produzir um veículo mais sofisticado, mas até agora não acertou a mão. O Linea, por exemplo, foi anabolizado para ter porte médio, mas o que conseguiu foi brigar com a turma secundária dos sedãs – City, Cerato e Vectra. Já o Bravo seguiu uma receita correta, mas chegou um pouco tarde, num mercado dominado pelo i30 e pelo Focus.
Por isso, o “Journey da Fiat” é uma boa jogada. Sem precisar pensar muito, a marca italiana lançou um crossover prático, bem equipado, espaçoso e com preço competitivo. Mas não tenha dúvida, quem comprou o Freemont levou para casa um americaníssimo Chrysler por mais que os italianos digam que mexeram no seu projeto.

Interior convidativo

Para analisar o Freemont é preciso compará-lo ao Journey que chegou ao Brasil em 2009. O visual, por exemplo, tem poucas novidades, apenas uma grade e um para-choque diferente, mas nada que mude sua personalidade. Já o interior é outro mundo.

A Chrysler deixou de lado o quadradão painel anterior que um amigo jornalista me confidenciou lembrá-lo do interior do Del Rey, da Ford. Em seu lugar, um cockpit atraente e bem acabado. A iluminação é primorosa e a organização dos instrumentos, quase perfeita. Para evitar o excesso de botões, uma tela LCD sensível ao toque que comanda diversas funções.

Pena que algumas soluções ultrapassadas continuem lá. O freio de estacionamento é por um pedal, os comandos do rádio ficam atrás do volante e o câmbio herdado dos tempos da Mercedes, tem trocas seqüenciais na transversal. De resto, o Freemont possui o mesmo bom aproveitamento do Journey. Seus sete bancos na versão Precision (a de entrada, Emotion, só traz cinco lugares) podem ser configurados de diversas maneiras.

A parte mecânica foi pouco alterada. A Fiat informa que a suspensão está ajustada para oferecer um estilo de direção mais próximo do gosto do brasileiro, mas a sensação é mínima na prática. A transmissão automática só oferece quatro marchas, no entanto, dá conta do recado na cidade e na estrada. Já o motor é o calcanhar de Aquiles.

Com 172 cv, o 4 cilindros de 2.4 litros é pequeno para levar um veículo de quase 1,8 tonelada. Em trechos urbanos ele resolve, mas deixa a desejar nas retomadas. Ao menos o consumo é mais moderado para um carro desse porte – cerca de 9 km com um litro de gasolina na cidade.

Uma pena que o motor fique um pouco aquém das possibilidades do Freemont. O crossover é muito confortável para dirigir – arrisco dizer que foi o veículo com bancos mais macios que já guiei. O interior bem cuidado, a lista recheada de equipamentos e o espaço de sobra fazem dele um dos mais interessantes modelos da categoria.

E seu preço até que não assusta. São R$ 86 mil pela versão topo de linha que podem chegar a R$ 91.740 com pintura metálica, bancos de couro e teto solar. Um Sportage equivalente, por exemplo, sai por R$ 104.900, ou quase R$ 14 mil a mais. Nada mal para um carro com dupla “nacionalidade”.
Fonte: iGCarros

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