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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Fiat Siena Essence 1.6 16V: na flor da idade


Depois de mais de doze anos no mercado, o Siena ganha um conjunto mecânico de tirar o chapéu. Convenhamos, o sedã da Fiat sempre foi um carro honesto, mas sem empolgar. Passou por quatro plásticas, chegou a ser taxado de patinho feio e agora recebe um impulso importante, numa fase mais avançada do seu ciclo de vida. Com o novo motor 1.6 16V E.torQ de 117 cavalos, feito a partir do Tritec usado no Mini Cooper no início da década, o pequeno sedã ganha força na briga com os vários concorrentes. Na versão Essence 1.6 16V, o preço sugerido parte de R$ 41.820.

Antes de entrar no carro já sabia que iria encontrar uma melhora em relação à extinta versão equipada com motor 1.8 de origem GM. E me surpreendi depois de algumas dezenas de quilômetros em uma boa estrada sinuosa nos arredores de Campinas (SP). Além de funcionar com mais suavidade, aceitando rotações mais altas sem vibrações, o novo motor 1.6 “conta um módulo eletrônico de comando com velocidade de processamento bem mais alta, o que também contribui com a maior rapidez nas respostas do câmbio automatizado Dualogic”, explica o gerente de projetos da Fiat, Robson Neves Cotta.

Percebi isso na prática depois que passei para o modo manual e passei a trocar as marchas com toques para frente (quando queria reduzir) e para trás (engatar uma marcha adiante). Aliás, essa configuração é a ideal em se tratando de câmbio seqüencial porque, ao frear, o corpo é jogado para frente, no mesmo sentido do movimento para reduzir e vice-versa. Pisando fundo no acelerador, o nível de rotação sobe depressa e, ao estabilizar na velocidade de cruzeiro, mantém o interior mais silencioso do que antes, quando o Siena vinha com o antigo 1.8.

Foi um presente e tanto para o sedãzinho esse 1.6 EtorQ, que passou por uma série de mudanças do pessoal de engenharia da FPT (Fiat Power Train). Adotaram novos pistões, redimensionaram várias peças, entre as quais as sedes de válvulas e virabrequim. Mas mantiveram soluções interessantes para conseguir um conjunto mais compacto (afinal, o cofre do motor do Mini é um tanto apertado), como a bomba da direção hidráulica montada junto com a de água, mas com possibilidade de serem trocadas de maneira independente. O único problema que achei com essa preocupação em ocupar pouco espaço foi o caso do filtro de óleo, instalado próximo da parede de fogo, o que obriga a acessá-lo pelo vão da caixa de roda para troca.

Por causa da cilindrada menor e por ter 16 válvulas no lugar de oito do antigo motor 1.8, houve uma perda de torque em rotações mais baixas, o que pode ser percebido em saídas de curva. São 16,8 kgfm a 4.500 rpm ante 18,5 a 2.800 rpm, mas no cômputo geral o novo 1.6 se sai bem melhor, inclusive quando o assunto é consumo. Com etanol, a Fiat diz que o Siena 1.6 Essence faz 8,4 km/l na cidade e 10,9 km/h ,na estrada , números que poderiam ser ainda melhores se fosse adotada uma taxa de compressão um pouco mais alta que os 10,5:1. De qualquer forma, não resta dúvida, o novo motor funciona bem melhor que o 1.8, que ficará apenas no Stilo na linha Fiat. Com a nova motorização, o sedã atinge 191 km/h e acelera de 0 a 100 km/h em 9,5 segundos, ainda conforme a fabricante.

De resto, o carro continua o mesmo de sempre. A suspensão que privilegia o conforto faz a carroceria inclinar demais nas curvas e exige certa cautela. O apoio de braço das portas um pouco mais baixo que o ideal chega a cansar em viagens mais longas e, nas versões equipadas com ABS, a vibração no pedal pode assustar os mais desavisados. Em contrapartida, o porta-malas de 500 litros continua um dos maiores do segmento e lista de equipamentos disponíveis é bem completa e pode incluir até espelho retrovisor eletrocrômico, algo raro nos modelos da categoria. No final do teste ficou a sensação de que, de fato, o passar dos anos fez bem ao Siena.

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