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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Linea 2011: novo motor sob medida


Às vezes, as montadoras passam por dilemas dignos da cinessérie Jogos Mortais. O que é melhor? Ficar sem um novo modelo por alguns anos ou lançá-lo sem o pacote ideal? É o que ocorreu com a Ford em 2008. A marca americana poderia colocar no mercado brasileiro o novo Focus, mas sabia que não poderia oferecê-lo com motor flex nem um câmbio manual mais adequado – ambos estavam em desenvolvimento na época. Somente no começo deste ano o carro ganhou os itens e desde então vende bem.

A Fiat passou por algo parecido na mesma época. Sem um sedã médio na sua linha, a montadora tinha na manga o Linea, um modelo anabolizado baseado no compacto Punto. Mas ainda não possuía um motor à sua altura e não queria utilizar o propulsor 1.8 comprado da GM. A solução foi lançá-lo com outro 1.8, aqui renomeado como 1.9, produzido na Argentina. Enquanto isso, a nova fábrica de motores da marca preparava a solução definitiva, a linha E.torQ.

Agora o Linea passou a contar com a versão 1.8, mais adequada ao carro, mas, para os compradores do Linea até agora – e para os donos do Focus 2.0 a gasolina também – sobrou o mico de terem versões de vida curta, que certamente os tornarão menos atraentes na revenda.

Comportamento de oito válvulas

O ganho com a nova linha de motores E.torQ foi nítido em todos os modelos que os adotaram – família Palio, Idea, Punto e Doblò -, mas para o Linea significou amenizar uma desvantagem para os líderes do segmento de sedãs médios, Civic e Corolla. Os japoneses são imbatíveis nesse sentido porque usam motores com comando variável de válvulas – de admissão e escape no caso do 2.0 da Toyota -, mas o 1.8 EtorQ do Fiat deu ao sedã da Fiat um comportamento muito mais homogêneo e surpreendente.

Embora tenha 16 válvulas, o E.torQ não sofre de fraqueza em rotações baixas, coisa comum a esse tipo de motor. É como se ele tivesse na prática oito válvulas. Com 2.000 rotações, a disposição do torque é suficiente para dar agilidade ao carro. O silêncio do motor também contribui para o acerto na receita.

Pelo números de desempenho, o Linea 2011 ficou mais veloz e mais econômico na estrada se comparado ao modelo 2010. Apenas os dados de consumo na cidade pioraram, mas a Fiat explica que a metodologia mudou e, segundo ela, o sedã agora é cerca de 10% mais econômico que antes.

Papel de figurante

A mudança foi acertada, isso não há dúvida, mas a Fiat precisa mexer em outro item do Linea, o câmbio. O uso do sistema Dualogic, com embreagem automatizada, é um erro num segmento como esse. Se entre os compactos, o uso dessa tecnologia é louvável, entre modelos mais sofisticados acaba se tornando um ponto fraco do sedã por não oferecer justamente a suavidade de trocas que os clientes desse segmento tanto admiram.
Sinal disso é que mesmo o Cerato, um sedã coreano importado apenas com motor a gasolina, mas que tem câmbio automático, tem vendido mais que o próprio Linea, mesmo com uma rede de lojas muito inferior. E a expectativa da chegada de mais rivais nos próximos meses pode condenar o Linea ao papel de figurante na categoria.
Fonte: iGCarros

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