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terça-feira, 10 de maio de 2011

Idea Adventure é estranho no ninho


Se 99% dos chamados aventureiros urbanos fazem pouco ou nenhum sentido, o Idea Adventure Dualogic tem lá sua razão de ser. Além da própria versatilidade da minivan, a configuração topo de linha do modelo não se limita a apetrechos estéticos – no seu caso, exagerados – e vai um pouco além do jogo de marketing. Sim, porque estratégia mercadológica nenhuma nos tiraria da enrascada na qual nos enfiamos.


Operada no ano passado, a reestilização da linha Idea significou mais do que um novo visual. Até então vendendo menos do que o Meriva, a minivan da Fiat mudou o jogo a partir de sua atualização, em agosto: na soma até o oitavo mês, eram 15.958 emplacamentos para o carro fabricado em Betim, contra 16.473 do modelo da Chevrolet; no fim de 2010, a marca italiana somava 25.819 unidades comercializadas do Idea, enquanto a norte-americana havia vendido 24.484 Merivas.

Minivan pra macho


Outro marco na linha 2011 da minivan foi uma espécie de "masculinização". Prova desse flerte mais intenso com os homens é a criação da versão Sporting (roupagem, seja em qual modelo for, predominantemente voltada para o público masculino) e da intensificação do apelo off-road da configuração Adventure.

No entanto, se por um lado a versão Sporting esbanja bom gosto na caracterização, a Adventure carregou demais na maquiagem. Se a intenção de tornar o carro mais masculino é proporcional ao visual, a variante aventureira parece ter sido mirada num homem das cavernas, tamanha a brutalidade do visual. O monovolume fica escondido sob enormes para-choques e frisos, cuja utilidade é inversamente proporcional ao tamanho.

A marcante reestilização exterior, entretanto, não foi estendida ao interior, que continua com soluções antigas – vide as saídas do ar-condicionado muito baixas. Exceto volante e painel (com novos grafismos), tudo continua exatamente igual. Para piorar, por conta do maior espaço ocupado pela alavanca do câmbio Dualogic, os dois únicos porta-copos foram eliminados. Mas, no geral, acabamento e espaço são bons. Destaque para o prático e criativo porta-objetos sobre os para-sóis.

Evolução do Dualogic

Justiça seja feita, o Dualogic do Idea melhorou. Então os "buracos" nas trocas de marcha sumiram? Não. Mas a evolução é sensível: sabendo dosar o acelerador, as mudanças são relativamente suaves, principalmente em baixas velocidades. Usar o câmbio no modo manual e aliviando o pé do acelerador nas passagens de marcha, no entanto, continua o mais recomendável, principalmente em arrancadas e ritmos mais fortes de condução. Outro ponto de grande melhora é quanto ao número de alertas para manobras não consentidas. No modelo anterior, a cada troca de marcha realizada contra as regras do Dualogic, nada menos do que 13 insistentes apitos condenavam a ação do motorista. Atualmente, são apenas dois.

A transmissão Dualogic continua uma solução barata para quem quer dar descanso ao pé esquerdo, mas apesar das evoluções da transmissão automatizada, o novo motor E.torQ ainda se dá melhor com o câmbio manual, que o explora melhor.

ELD On

Bom, mas e a tal enrascada? Precisava testar o Locker e por isso segui para uma cidade próxima a São Paulo, cheia de obstáculos – dos mais leves aos mais hardcore. Claro que fui no mais leve possível, compatível com minha confiança no sistema de bloqueio do diferencial. O carro superou o trecho numa boa, e me fez pensar que o faria mesmo com o Locker desligado. Parti para um mais difícil e pronto, lá se foi meu final de semana, pensei: as duas rodas da esquerda no chão, a traseira direita levemente em contato com o solo e a direita dianteira pra cima, descansando. Apertei o ELD, botão que ativa o Locker, inúmeras vezes e nada. Depois de calcular quantos quilômetros teria que andar pra conseguir ajuda e prestes a entrar em desespero, me toco que o Locker NÃO estava ligado – é preciso apertar o botar e segurar. Feito isso, o Idea Adventure saiu imediatamente daquela situação e segui meus testes. Agora no asfalto.

O Idea Adventure Dualogic é caro. Parte de R$ 59.010, podendo chegar a R$ 73.803 com todos os opcionais (sidebags, teto-solar, bancos em couro, entre outros). É caro também de manter: o computador de bordo apontou média de 5,5 km/l de etanol – culpa dos pneus de uso misto e do peso um pouco maior. É muito investimento para um carro que, geralmente, pouco vê a cor da terra. Mas, por outro lado, faz jus à estirpe aventureira entregando um pouco mais do que imagem.
Fonte: iGcarros

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